O dia 20 de novembro, “Dia da Consciência Negra”, é um marco para a população brasileira. Uma data para refletirmos sobre a ação prática de prevenção e combate ao racismo, o que vale também para o cotidiano das ofertas da Assistência Social em todo o País.
Olhando pra nossa rede nós identificamos que:
• O público majoritário atendido pela assistência social é constituído por mulheres negras (IPEA, 2011);
• Entre as quase 14 milhões de famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família (PBF), cerca de 89% dos responsáveis familiares são mulheres e, dentre elas, 76% são negras (CadÚnico, outubro de 2018);
• Mulheres negras são as maiores vítimas de violência doméstica e feminicídio (Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2019);
• Crianças e adolescentes negros são a maioria das vítimas do trabalho infantil (PNADC, IBGE, 2016);
• A maior parte das pessoas em situação de rua são negras (SNAS, 2008);
• A maior parte dos resgatados da escravidão contemporânea são negros (Repórter Brasil, 2019),
• A maior parte das vítimas por morte violenta são negras (Atlas da Violência, 2018);
O racismo se manifesta de diversas formas, revelando-se comumente nas relações interpessoais e no plano institucional.
O racismo institucional está presente nas instituições públicas e privadas, o que faz com que os negros sejam preteridos ou mal assistidos nas questões relativas à sua saúde, educação, assistência social e nas demais políticas públicas.
Para combater essas práticas racistas e discriminatórias, os trabalhadores do SUAS precisam estar atentos à dimensão racial das vulnerabilidades (como a pobreza e a insegurança alimentar) e das violações de direitos (como o trabalho infantil e a violência doméstica), por exemplo.
Apesar dessa realidade, é importante ter a consciência de que a população negra em muito contribuiu e contribui diariamente para o desenvolvimento do Brasil com o seu trabalho, a sua criatividade, os seus saberes e artes ancestrais, ou seja, a sua rica herança africana está evidenciada em várias dimensões da vida social e cultural brasileira e deve ser reconhecida e valorizada inclusive nas ofertas do SUAS.
Como cidadãos e profissionais do SUAS, é nosso dever questionar e romper com esse sistema de opressão e compreender que precisamos ampliar e fortalecer os direitos da população negra, especialmente daqueles mais atingidos pelo racismo, como crianças, adolescentes, mulheres, pessoas com deficiência, LGBTS e povos e comunidades tradicionais.
Você conhece a campanha “SUAS sem racismo”?
Essa luta é contínua e somente com a sua participação ela pode ser efetiva, saiba mais no seguinte endereço: