SNAS reforça papel da proteção social em emergências climáticas e apoio a refugiados, em evento no Amazonas

A Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS/MDS) marcou presença na agenda “Resiliência Climática e Inclusão Socioeconômica de Pessoas Refugiadas”, realizada em 17 de junho, em Manaus (AM), em alusão ao Dia Mundial do Refugiado, celebrado em 20 de junho.

Representando o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), a coordenadora-geral do Serviço de Situações de Calamidades Públicas e Emergências no SUAS, do Departamento de Proteção Social Especial (DPSE/SNAS), Cinthia Miranda, destacou a atuação estratégica da Assistência Social frente aos efeitos das mudanças climáticas e às emergências humanitárias no país.

O evento foi promovido pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), com apoio dos Ministérios da Justiça e Segurança Pública, do MDS, da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA), do Fórum Empresas com Refugiados, Instituto Hermanitos e Águas de Manaus.

Durante sua participação, Cinthia Miranda apresentou as ações do MDS para fortalecer a resposta do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) em contextos de crise, com destaque para: a elaboração de orientações técnicas voltadas à gestão e operação da assistência social em desastres; o fortalecimento da vigilância socioassistencial em territórios vulneráveis; a estruturação de abrigos e estratégias de atendimento às famílias e indivíduos afetados; e a consolidação da Força de Proteção do SUAS (FORSUAS), estratégia nacional de suporte técnico e humanitário que tem atuado em emergências como as enchentes no Rio Grande do Sul e em diversas outras regiões do país.

“O Brasil hoje está inserido em duas frentes fundamentais: o Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima, com foco na adaptação de políticas públicas, e o Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil, voltado para a preparação e resposta a desastres. A assistência social está presente nos dois campos, garantindo proteção e reconstrução de vidas”, afirmou a coordenadora.

Segundo dados do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), o Brasil reconheceu, até 2024, 156.612 pessoas como refugiadas, com destaque para cidadãos da Venezuela (93,1%), além de afegãos, colombianos e sírios. Apenas no ano de 2024, 13.632 novos refugiados foram oficialmente reconhecidos.
Na região amazônica, o impacto de emergências climáticas — como secas prolongadas e inundações severas — representa um desafio crescente para populações tradicionais, povos indígenas, ribeirinhos, migrantes e refugiados. Esses grupos enfrentam vulnerabilidades agravadas, com acesso restrito a serviços e redes de proteção.

A agenda em Manaus reforçou a importância de estratégias integradas que articulem sustentabilidade, adaptação climática e inclusão socioeconômica de pessoas refugiadas e deslocadas à força.

Lançamento do Hub Amazonas fortalece inclusão de refugiados no mercado de trabalho
Durante o encontro, foi lançado o Hub Amazonas do Fórum Empresas com Refugiados, iniciativa liderada pelo Instituto Hermanitos em parceria com o ACNUR e o Pacto Global da ONU – Rede Brasil. A plataforma reúne empresas e organizações de diversos setores comprometidas com a capacitação e contratação de pessoas refugiadas.

O evento também apresentou dados do relatório “Sem Escapatória”, do ACNUR, que alerta para os impactos das emergências climáticas na intensificação do deslocamento forçado em todo o mundo.