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Experiência de Taiobeiras/MG

 

TÍTULO: Pesquisa de opinião junto aos usuários frequentes às oficinas dos dois CRAS de Taiobeiras/MG

 

MUNICÍPIO/UF:  Taiobeiras/MG
PERÍODO DE IMPLANTAÇÃO: Desde dezembro de 2015 é aplicada a cada 6  meses
SECRETARIA: Departamento Municipal de Trabalho, Assistência Social e Cidadani
EQUIPE: Vigilância Socioassistencial
E-MAIL: vigilanciasocioassistencial@taiobeiras.mg.gov.br
TELEFONE: (38) 38452-279

 

OBJETIVO

Objetivo geral:

Conhecer o ponto de vista dos usuários freqüentes ao CRAS

Objetivos específicos:

  • Contribuir para que as equipes ofertem ações que reflitam não só o olhar dos profissionais, mas também os anseios e necessidades do público-alvo da Assistência Social;
  • Conhecer o grau de satisfação deles em relação aos recursos humanos, materiais, físicos e técnicos mobilizados pela equipe;
  • Saber das expectativas que os fazem se vincularem aos CRAS;
  • Compreender o grau de conhecimento que possuem sobre as diretrizes, critérios objetivos dos serviços ofertados pela Assistência Social;
  • Estimulá-los a identificar particularidades território onde vivem, e a reconhecer nestes as principais situações de vulnerabilidade e risco social que fragilizam as famílias, bem como as potencialidades existentes;
  • Compreender onde as equipes têm avançado, acertado ou falhado;
  • Conhecer quais aspectos ou informações precisam ser trabalhadas com os usuários a partir das interpretações apresentadas;
  • Subsidiar os planejamentos não só das equipes dos CRAS mas de todas as outras da Assistência Social às quais direta ou indiretamente os usuários tenham feito apontamentos

 

FOCO/PÚBLICO-ALVO

Os questionários aplicados se destinam aos USUÁRIOS DAS OFICINAS DOS CRAS de Taiobeiras-MG, mas as informações resultantes das entrevistas servem de embasamento para planejamentos das EQUIPES DE REFERÊNCIA da Assistência Social do município.

 

CONTEXTO

A idéia surgiu do processo de elaboração do Diagnóstico Socioterritorial de 2015, por meio do qual foi percebido que não havia canais de participação dos usuários da Assistência Social, e que os planejamentos feitos pelas equipes só consideravam o ponto de vista dos profissionais técnicos, ou seja, um planejamento verticalizado, não participativo. Além disso, no processo do diagnóstico, percebeu-se, por exemplo, que os usuários não aderiam a algumas oficinas, que a forma de trabalhar alguns assuntos não estavam surtindo efeitos, que a população de alguns dos bairros referenciados não freqüentavam de forma expressiva os serviços da Assistência; e mesmo diante de questões como estas as equipes permaneciam enfrentando dificuldades e supondo hipóteses que as justificassem, mas sem resoluções exitosas

 

METODOLOGIA

(A resposta da questão 6 e da 7 é a mesma, mas destacando os aspectos específicos de cada uma, pois em ambas as respostas é apresentada a METODOLOGIA e também os participantes envolvidos).

      A socióloga de referência da Vigilância Socioassistencial elaborou o questionário de ENTREVISTA ESTRUTURADA para ser aplicado. O público-alvo da pesquisa (usuários freqüentes às oficinas do CRAS’s) se justifica pelo fato de serem pessoas que possuem um vínculo maior e mais duradouro com o serviço, o que lhes permite maior propriedade e capacidade de avaliar os vários aspectos (elencados nos objetivos específicos) que se propõe avaliar com essa pesquisa. Para APLICAÇÃO DOS QUESTIONÁRIOS foram convocados trabalhadores de outros setores (para que não houvesse proximidade com os usuários que pudesse influenciar em suas respostas) e estes foram CAPACITADOS PARA APLICAREM AS ENTREVISTAS ESTRUTURADAS e orientar as pessoas na medida certa em relação às dificuldades de interpretação que pudessem aparecer. Lembrando que na elaboração do questionário buscou-se utilizar uma linguagem o mais simples possível para facilitar a compreensão e evitar possíveis equívocos.

      Após a aplicação, os questionários respondidos foram entregues de volta à socióloga da Vigilância, que procedeu com a TABULAÇÃO, CRUZAMENTO E ANÁLISE DAS RESPOSTAS. Após esses procedimentos, foram ELABORADOS RELATÓRIOS E APRESENTADOS para as equipes para que estas pudessem aproveitá-los como subsídio fundamental e indispensável para repensar e planejar as práticas de trabalho.

 

ENVOLVIDOS/PARTICIPANTES

A SOCIÓLOGA de referência da Vigilância Socioassistencial elaborou o questionário de entrevista estruturada para ser aplicada. O público-alvo da pesquisa (USUÁRIOS FREQÜENTES ÀS OFICINAS DO CRAS’S) se justifica pelo fato de serem pessoas que possuem um vínculo maior e mais duradouro com o serviço, o que lhes permite maior propriedade e capacidade de avaliar os vários aspectos (ver objetivos específicos) a que se propões avaliar com essa pesquisa. Para aplicação dos questionários foram convocados TRABALHADORES DE OUTROS SETORES (para que não houvesse proximidade com os usuários que pudesse influenciar em suas respostas) e estes foram capacitados para aplicarem as entrevistas estruturadas e orientar as pessoas na medida certa em relação às dificuldades de interpretação que pudessem aparecer. Lembrando que na elaboração do questionário buscou-se utilizar uma linguagem o mais simples possível para facilitar a compreensão e evitar possível equívocos.

      Após a aplicação, os questionários respondidos foram entregues de volta à socióloga da Vigilância, que procedeu com a tabulação, cruzamento e análise das respostas. Após esses procedimentos, foram elaborados relatórios e apresentados para as EQUIPES para que estas pudessem aproveitá-los com subsídio fundamental e indispensável para repensar e planejar as práticas de trabalho.

 

INSUMOS NECESSÁRIOS

Recursos materiais: folhas chamex para impressão dos questionários, e canetas para os usuários;

Recursos humanos: socióloga e trabalhadores que aplicaram os questionários de entrevista

 

RESULTADOS

Como resultado da análise dos questionários, foi possível constatar, por exemplo:

  • Que umas oficinas chamavam mais atenção do que outras;
  • Que era preciso potencializar os canais de divulgação
  • Que a forma de ensinar adotada por alguns oficinistas não estava satisfazendo os usuários, o que fazia muitos deles desistirem ou serem infreqüentes;
  • Que muito poucos conheciam a assistente social, pois na época as temáticas trabalhadas em grupos aconteciam mais por parte da psicóloga, o que demonstra uma defasagem no trabalho psicossocial
  • Que muitos participavam do CRAS não só para aprender um ofício, mas também para ouvir sobre assuntos diversos da vida, o que demonstra um trabalho exitoso no trabalho de prevenção e promoção de direitos;
  • Que os usuários tinham interesses por oficinas diferentes das que nós estávamos ofertando;
  • Que os próprios usuários percebem o quanto que outras pessoas nas mesmas condições socioeconômicas que eles se mostram muitas vezes acomodados e desinteressados em trabalhos sociais que ajudam a desenvolver a autonomia e que, por isso, por vezes, são chamados de acomodados
  • Que muitos, apesar de freqüentarem o CRAS, não sabem de todos os serviços e benefícios ofertados pelas unidades de Assistência Social.
  • Que muitos deles também desconhecem os critérios para acesso aos serviços e benefícios socioassistenciais
  • Muitos aspectos em relação ao território que ficaram mais evidentes a partir das respostas feitas pelos usuários
  • Muitos aspectos positivos no trabalho das equipes

      Como resultado geral, alterações significativas foram feitas na oferta de alguns serviços e em ações informativas, o que, em curto prazo, gerou uma adesão maior dos participantes, numa procura maior por serviços diversos da Assistência Social do município, e a descoberta de situações de vulnerabilidades e risco social encobertas pelo baixo nível de informação em geral.

 

 MODELO DE ATENÇÃO

Tal experiência é um exemplo claro de consonância direta com duas diretrizes da Política de Assistência Social:  “Participação da população na formulação de políticas  e no controle das ações” e “Centralidade da família para concepção e implementação dos benefícios, serviços, programas e projetos”.

Ao construir um planejamento junto aos usuários, ou seja, participativo, promove-se o empoderamento e a co-responsabilidade destes no processo de aprimoramento da oferta dos serviços, garantindo que a Política de Assistência seja pensada de forma descentralizada e democrática.

 

DESAFIOS E LIMITAÇÕES

O analfabetismo funcional de alguns usuários e a dificuldade de interpretar as questões foi um desafio  durante a aplicação das entrevistas. Os aplicadores precisam ajudar os entrevistaram que apresentaram essa dificuldade.

Após o resultado das entrevistas, algumas dificuldades se apresentam no que diz respeito a esclarecer, de forma objetiva e fácil para os usuários, que algumas de suas demandas apresentadas não correspondem às seguranças afiançadas pela Assistência Social, ou que, por se tratar de um serviço público, as ofertas e os profissionais têm suas limitações, por exemplo. De uma forma geral, o desafio de esclarecer a população deve se dar de forma insistente e constante.

 

PRÓXIMOS PASSOS

O próximo passo de qualquer ação é sempre a avaliação desta e o planejamento a se fazer a partir de então. O resultado de cada item do questionário permite estabelecer diferentes “próximos passos”. Antes disso, sempre é importante voltarmos aos grupos, e refletir sobre cada questão, tirando as dúvidas e esclarecendo o que for necessário conforme as respostas que apareceram, explicando a eles porque o serviço tem funcionado como tal, e apresentar o que a equipe planejou para melhorar ou modificar o que for necessário conforme as respostas.

Um exemplo de “próximo passo” é a elaboração de um folder informativo específico sobre a Assistência Social em Taiobeiras (em anexo), já que muitos em suas respostas, apesar de frequentarem o CRAS, não sabem de todos os serviços e benefícios ofertados pelas unidades de Assistência Social.

 

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